As 10 músicas mais relevantes do início do Século XX – Primeiros 30 anos.

Selecionei aqui um top 10 das músicas gravadas no início do século XX, especialmente entre os anos de 1900 e 1929.

Este texto contém minha lista das 10 músicas mais relevantes dos primeiro anos do século XX é a continuação do texto A música brasileira no Século XX. A seleção é um pouco pessoal, e eu considerei alguns fatores, como relevância histórica, reconhecimento do público e revisitações através dos anos. Acredito que estas peças são bem interessantes para se trabalhar em uma aula de história da arte/música. Se você é professor, aproveite para ver o plano de aula que deixei prontinho para você.

Vamos a elas!

1 .1917(?): Carinhoso – Pixinguinha

Embora existam mais de uma versão sobre a data da composição de Carinhoso, o importante é que esta é uma das poucas músicas desse período que ficou no que chamamos de memória coletiva, aquela memória onde praticamente todo mundo sabe pelo menos um trecho da canção.

No aspecto musical, Carinhoso é um evolução da forma choro por ter 3 partes. A letra de carinhoso foi acrescentada em 1936, quando Braguinha escreveu a letra da canção.

2. 1901: Ô Abre Alas – Chiquinha Gonzaga

Composta em 1899, Ô abre Alas marcou a história como a primeira música composta expecialmente para o carnaval. A canção surgiu de forma desprenteciosa para atender ao pedido de alguns diretores do bloco Rosa de Ouro. Marcamos a data de 1901 porque foi desde esse ano até 1910 que a canção se tornou um hino de todos os carnavais. A obra possui dezenas de gravações ao longo dos anos.

3. 1902: Isto é bom – Xisto de Paula Bahia

Um canção desconhecida da maioria do público, mas que tem sua importância por ter sido a primeira música gravada no Brasil. A canção é um lundu e foi interpretada por Manoel Pedro dos Santos, o Baiano, e gravada pelo garavdora Casa Edson com Selo alemão Zonophone.

4. 1916 – Pelo Telefone – Donga(?)

Sua importância advém do fato de ter sido o primeiro samba gravado no Brasil. A canção, porém, é envolta em controvérsias quanto a autoria, por ter sido uma criação coletiva ocorrida no quintal do terreiro de umbanda da Tia Ciata, onde diversos artistas participaram da criação da melodia e da letra, que foi modificada para fazer uma “zoeira” com a tolerância da polícia com as casas de jogos no Rio de Janeiro da época.

5 . 1913: Canção do marinheiro(Cisne Branco) – Antonino Manoel do Espírito Santo

A canção do Marinheiro foi composta no ano da morte do autor. Esse dobrado foi escrito originalmente para homenagear um amigo, com o título de Sargento Calhau. Entretanto, a marcha ganhou notoriedade com a letra Cisne Branco, se tornando o Hino da Marinha Brasileira, anos depois da morte do compositor.

6. 1910: Odeon – Ernesto Nazareth

O maxixe Odeon foi composto para homenagear o Famoso Cine Odeon, no Rio de Janeiro. Ademais, a importância desta música se dá por dois motivos: O primeiro por causa do eufemismo utilizado para dipersar o preconceito com o maxixe, denominando o estilo de tango brasileiro. O segundo, por causa do seu sucesso ao longo século.

Para se ter uma ideia do seu valor cultural, até 2012, a peça Odeon já havia sido gravada 325 vezes, tendo sido tema, inclusive de duas telenovelas, A sucessora, de 1978, na voz de Nara Leão e o Cravo e a Rosa, de 2000, numa versão orquestral. É importante lembrar que grande parte do sucesso deste choro se deu depois que Vinícius e Morais fez a sua letra, na década de 60.

7. 1914: O Gaúcho(Corta jaca) – Chiquinha Gonzaga

Corta-jaca é o nome popular pelo qual se tornou conhecido a canção “Gaúcho”.  Essa canção nasceu nos palcos dos teatros musicados, onde foi dançado na cena final da opereta burlesca Zizinha Maxixe, uma cópia da versão do francesa, de autor anônimo, representada no Teatro Éden Lavradio, em agosto de 1895.

Sua importância histórica vem do famosos episódio onde a então Primeira Dama do Brasil, a cartunista Nair de Teffé, tocou o corta-jaca no violão ao lado de Catulo da Paixão Cearense. O episódio ficou conhecido como o “escândalo do corta-jaca”, rendendo artigos em vários jornais de época, sendo o mais viril, o artigo do jurista Ruy Barbosa, adversário político de Hermes da fonseca, marido de Nair.

8 . 1928: Jura – Sinhô

Pus este samba na lista por causa da importância do seu autor e da relevância que esta música tem para musicografia brasileira. Isso porque Sinhô ficou famoso como o rei do samba, e é autor de diversas músicas do gênero, incluindo sua reivindicação de “Pelo Telefone”, com gravação em 1917 e registro de autoria de Donga. Já a canção “Jura” foi gravada originalmente pelo seu aluno de violão, Mário Reis. Entretanto, a maioria conhece esse smba por causa da versão gravada em 2000, por Zeca Pagodinho, para tema de abertura da telenovela O Cravo e a Rosa.

9. 1929: Lua Branca – Chiquinha Gonzaga

Esta música foi uma composição originalmente para a burleta Forrobodó, cuja apresentação foi no Teatro São José em junho de 1912. A versão romântica, na voz de Gastão Formenti, apareceu em 1929, sem contudo, saber-se a origem do novo título nem da letra. Sua relevância se dá por ser uma modinha que atravessou gerações e ainda hoje simboliza toda beleza das modinhas do início do Século.

10. 1918: Tristeza do Jeca – Angelino de Oliveira

A moda Tristeza do Jeca é uma entoada, a qual, contribuiu para formar a imagem do caipira paulista. A primeira execução da música foi em 1926 pelo cantor Patrício Teixeira, mas só ganhou popularidade em 1937 gravada pelo cantor Paraguassu.

Considero importante citar esta canção por seu papel na formação da diversidade musicográfica brasileira. Isso porque o estilo caipira faz parte do imaginário popular e possui papel importante na formação musical de todo século, passando por vários subestilos até chegar nos estilos comerciais atuais.

Gostou da minha versão da TOP 10? Acrescente a sua canção preferida do período nos comentários e siga o Blog.

Convido você a fazer a revisão do conteúdo de artes visuais acessando nossa área de membros. Clique no link abaixo faça parte.

Deixe um comentário