Vamos trabalhar a música no início do século XX? Segue texto base para aula com essa temática.
Os primeiros 20 anos da Música brasileira foram fundamentais para que pudéssemos entender a grande evolução da música nacional nos anos seguintes. Iremos aqui fazer um resumo dos primcipais acontecimentos que ajudaram a formar nossa identidade musical.
Para facilitar nosso trabalho, irei fazer apenas um fichamento dos principais acontecimentos do período, uma vez que abordar todos os grandes acontecimentos tornaria nosso texto muito grande. Então faremos cada evento importante ponto a ponto, para facilitar o entendimento.
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A música brasileira do Império à República
A música brasileira do início do século XX recebeu as fortes influências do romantismo do século 19. Nesse período exatamente anterior ao século XX, tivemos a nacionalização, por assim dizer, da música brasileira com o surgimento do maxixe e do choro.
O maxixe herdou suas principais características com influência direta da bandeira afro-cubana e do lundu afro-brasileiro, principalmente o estilo mais sincopado, mais malicioso, sugerindo movimento de corpos pendiculares. Já a sua organização de danças, veio das danças europeias como valsa e polca e incorporou movimentos sensuais dos quadris advindos do lundu, que inicialmente, recebeu nos registros históricos, a denominação de polca-lundu.
Por ser considerada uma dança vulgar, o maxixe sofreu grande preconceito, pois a sociedade da época o considerava uma música de baixa categoria, o que fez compositores como Ernesto Nazaré(1863 a 1934) e Henrique Alves de Almeida(1830 a 1906) a denominar os maxixes que compunham como “tango brasileiro.” Essa estratégia ajudou a melhorar a aceitação do estilo dentro dos ambientes aristocráticos do Brasil.
A importância de Chiquinha Gonzaga
Outro nome importante da música brasileira, foi Francisca Edwiges Neves Gonzaga, conhecida como Chiquinha Gonzaga.
Chiquinha é uma das principais personalidades femininas da história da nossa música brasileira. Compositora desde os 11 anos de idade, quando compôs a canção dos pastores, em 1858.
Chiquinha Gonzaga fez seu primeiro sucesso com a polca Atraente, composta em 1877. Entretanto, as suas composições mais aclamados são o maxixe Corta Jaca, de 1914 e a marchinha de carnaval “Ô Abre Alas” de 1899. Esta última lhe rendeu o título de primeira compositora popular do Brasil. Chiquinha Gonzaga compôs mais de 2.000 peças de diferentes gêneros.
O surgimento do gênero musical Choro
O choro surgiu no Rio de janeiro também nos anos de 1870, concebido não como gênero musical, mas como um jeito de tocar os gêneros musicais estrangeiros da época, como a polca, a valsa, o schottisch e a quadrilha. O termo choro era utilizado para designar o conjunto musical e as festas onde esses conjuntos se apresentavam. Com o passar dos anos o termo se consolidou definitivamente como gênero musical.
Podemos dizer que um dos grandes nomes desse estilo foi o compositor Pixinguinha, autor de dezenas de músicas do estilo, incluindo a mais famosa delas, o Carinhoso. Zequinha Abreu, Ernesto Nazareth e Waldir Azevedo também merecem citação neste texto.
Assim como o maxixe, o choro teve sua origem na fusão com gêneros musicais europeus, uma vez que essa música, em sua maioria, era executada por músicos provenientes da classe média, os chorões brancos, ou mulatos claros que trabalhavam como funcionários de repartições públicas no Rio de Janeiro, estando em grande parte vinculados aos Correios e telégrafos ou bandas militares.
Podemos então dizer que a música brasileira já nasceu variada, com influências de vários estilos musicais.
A primeira gravação de uma música nacional
A primeira música gravada no Brasil aconteceu em 1902, pela gravadora Edson que continha o selo alemão. A música era um lundu e se chamava “isto é bom” do compositor baiano Xisto de Paula Bahia. Além de compositor e músico autodidata, Xisto Bahia também era ator e escreveu peças como comédias, inclusive, atuando nelas. O intérprete da canção foi o cantor também baiano Manoel Pedro dos Santos conhecido como Baiano. Baiano era cantor profissional especializado em modinhas e lundus, os quais cantava acompanhado com violão. Além de ter gravado o primeiro disco do Brasil, Bahia marcou o seu lugar na história quando gravou em 1917 o primeiro samba, “Pelo Telefone” de autoria do compositor Donga.
A “invenção” do Samba como música urbana
Embora tenha se popularizado no Brasil na década de 1930 com o surgimento do rádio e das escolas de samba, o samba surgiu no início do século XX no Rio de janeiro.
O samba teve sua origem nos batuques e rodas de samba realizados pelos afro-brasileiros em seus momentos de encontro e lazer.
A origem do termo samba deriva possivelmente de semba, que significa umbigo em alguns dialetos africanos. Essa denominação faz referência a um tipo de dança utilizada no lundu, que era a umbigada.
Hoje o samba é um dos estilos mais importantes da cultura e da identidade brasileira. Atualmente, o samba carioca e seus subgêneros, como pagode, a bossa nova e o samba enredo, ão tombados como patrimônio cultural imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. O dia nacional do samba é comemorado no dia 2 de dezembro. A data foi criada por iniciativa de um vereador baiano chamado Luiz Monteiro da Costa em homenagem ao sambista Ary Barroso.
Fiz um TOP 10 das música do período, considerando sua relevância para a história da música e também o sucesso da época e atual. Clique Aqui para ver o artigo.
